Corte de juros do FED: o que esperar e como se posicionar no mercado cripto

As decisões do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, sempre estão entre os eventos mais aguardados pelos investidores de todo o mundo. E não é para menos: qualquer mudança na taxa de juros impacta diretamente a liquidez global, os mercados de ações e, claro, os ativos de risco que incluem o universo das criptomoedas.

Com o Bitcoin próximo de suas máximas históricas e o Ethereum mantendo forte tração após a consolidação do Proof of Stake, os traders e holders estão de olho em cada palavra de Jerome Powell, presidente do FED. Mas, afinal, o que podemos esperar após o corte de juros de 0.25 em setembro?

Há perspectivas de novas reduções nas duas últimas reuniões do FED no ano (outubro e novembro) e como se posicionar diante dos possíveis cenários?

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1. O que já está precificado pelo mercado

O consenso atual é de que o FED realizará um corte de 0,25% na taxa de juros, em outubro, movimento que já foi amplamente precificado após a divulgação dos últimos dados do Payroll, que é o principal índice de empregos americanos. Ou seja: a simples confirmação desse corte dificilmente será responsável por grande volatilidade no curto prazo.

Isso porque os mercados trabalham com expectativas. Quando a decisão é esperada, o impacto já se encontra refletido nos preços de ativos como ações, títulos e criptomoedas. Segundo o Polymarket, site americano de mercado preditivo, a probabilidade de um corte de juros em 0.25 pontos percentuais em outubro chega a 84%.

2. Pontos que podem trazer volatilidade

Se o corte em si não deve surpreender, o foco passa a ser a comunicação do FED:

  • Ata do FED – trará as projeções econômicas, de inflação e de juros, revelando se o corte de 0,25% representa uma continuidade da flexibilização da taxa de juros no último trimestre do ano e no início de 2026.
  • Coletiva de Jerome Powell – cada palavra do discurso de Powell é sempre meticulosamente analisada. A forma como ele pode abordar sobre inflação, desemprego e, principalmente, os futuros cortes de juros influencia completamente o sentimento do mercado.

3. Cenários possíveis

  • Cenário otimista (Bullish): se o FED sinalizar claramente três cortes de 0,25% até o final do ano, o mercado terá sua expectativa atendida. Esse cenário reforça a liquidez e pode ser o combustível para o Bitcoin romper sua máxima histórica de 124 mil dólares, arrastando as altcoins nesse movimento de alta.
  • Cenário pessimista (Bearish): se o tom for mais cauteloso, projetando menos cortes ou reforçando preocupações com inflação, os investidores poderão recalibrar suas apostas, gerando correções nos preços.

4. Como se posicionar na prática

  • Se houver correção: quedas no curto prazo tendem a ser vistas como oportunidades de compra. Afinal, mesmo que o FED seja conservador no discurso, o ciclo de cortes já se iniciou e deve seguir nos próximos meses.
  • Se houver alta: caso o Bitcoin supere sua máxima histórica, pode ser prudente realizar lucros parciais em certos alvos de preço (130, 140 e/ou 150 mil dólares), aumentando a posição em caixa para aproveitar futuras correções sem ficar totalmente exposto.

5. O olhar de longo prazo

Independentemente do tom do FED, é importante lembrar que as criptomoedas não dependem apenas das taxas de juros americanas. Tendências como a tokenização de ativos reais (RWA), o avanço do DeFi (Finanças Descentralizadas) e a consolidação do Ethereum como principal rede de smart contracts continuam sendo direcionadores de valorização no longo prazo.

Portanto, mais do que reagir ao curto prazo, o investidor deve manter uma estratégia clara: diversificação entre Bitcoin, Ethereum, stablecoins e projetos sólidos, aproveitando tanto a alta quanto eventuais quedas para fortalecer a posição.

Resumo rápido:

  • Corte de 0,25% em setembro deixou o mercado otimista por mais reduções de juros do FED até dezembro.
  • Mercado vai olhar em detalhes para projeções e o discurso de Powell.
  • Sinal de mais cortes significa alta do BTC e do mercado cripto.
  • Tom cauteloso na redução dos juros pode representar correção de preços, mas com oportunidades de entrada.

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