As 100 ‘Bitcoin Treasury Companies’ não param de acumular a maior das criptomoedas

Nos últimos anos, o Bitcoin deixou de ser apenas um ativo especulativo de entusiastas para se tornar um instrumento estratégico de reserva de valor na tesouraria de grandes corporações globais. O movimento é liderado por empresas conhecidas como Bitcoin Treasury Companies — companhias que compram, armazenam e seguram Bitcoin como parte do seu caixa corporativo.

E o resultado? Essas organizações estão mudando a forma como o mundo corporativo enxerga o dinheiro e a inflação e já possuem cerca de 3,9 milhões de unidades de BTC do estoque de 19,9 milhões de moedas em circulação.

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O que são Bitcoin Treasury Companies

Em termos simples, são empresas que fazem a tesouraria de Bitcoin. Isso significa que, como parte da estratégia financeira, essas corporações decidiram colocar parte de suas reservas em Bitcoin (BTC), em vez de deixá-las paradas em moedas tradicionais, como o dólar.

O objetivo de proteção é claro:

  • O dólar ou qualquer outra moeda fiduciária perde poder de compra ao longo do tempo devido à inflação.
  • O Bitcoin, por outro lado, tem oferta limitada a 21 milhões de unidades, o que cria escassez e potencial de valorização no longo prazo, devido à oferta escassa e demanda crescente.

Assim, essas empresas tratam o BTC como um ativo de proteção patrimonial e uma reserva de valor digital — o “ouro do século XXI”.

O ranking das 100 maiores detentoras de Bitcoin

De acordo com dados atualizados até 2025, existem mais de 100 empresas públicas e privadas que declaram oficialmente possuir Bitcoin em seus balanços. O ranking top 10 das “Bitcoin Treasury Companies” é composto por nove corporações americanas e uma japonesa :

  1. Strategy (EUA) – 640 mil BTC em caixa
  2. Marathon Digital Holdings (EUA) – 52,8 mil BTC
  3. XXI (EUA) – 43,5 mil BTC
  4. Metaplanet (JAP) – 30,8 mil BTC
  5. Bitcoin Standard Treasury Company (EUA) – 30 mil BTC
  6. Bullish (EUA) – 24,3 mil BTC
  7. Riot Platforms (EUA) – 19,2 mil BTC
  8. Trump Media & Technology Group (EUA) – 15 mil BTC
  9. CleanSpark (EUA) – 13 mil BTC
  10. Coinbase Global (EUA) – 11,7 mil BTC
  11. Tesla (EUA) – 11,5 mil BTC

Na lista top 100 das “Treasury Companies”, aparece apenas uma empresa brasileira, a Meliuz, que começou em maio deste ano a comprar e entesourar Bitcoin em seu caixa. Ocupa a 60ª posição do ranking, com 605 tokens adquiridos.

Todas essas companhias espalhadas pelo mundo compõem o que o mercado chama de Bitcoin Treasury Index — uma espécie de “ranking global” de instituições detentoras de BTC até hoje.

Segundo o site BitcoinTreasuries.net, há 346 corporações ou entidades (públicas e privadas) armazenando cerca de 3,9 milhões de bitcoins, avaliados em bilhões de dólares.

Strategy: o case de sucesso que mudou o jogo

Nenhum nome se destaca tanto no ranking das “Treasury Companies” quanto a Strategy, liderada por Michael Saylor.

Desde 2020, a empresa iniciou uma das estratégias mais ousadas do mundo corporativo: converter praticamente todo o seu caixa (e até por meio de financiamentos obtidos no mercado) em Bitcoin.

Hoje, a Strategy é a maior detentora corporativa de BTC do planeta, com mais de 640 mil bitcoins sob custódia — um valor que, dependendo da cotação, ultrapassa US$ 76,8 bilhões.

Mas o mais interessante não é o número — é a visão. Saylor sempre defendeu o Bitcoin como “a reserva de energia monetária perfeita”, argumentando que o dinheiro tradicional se deteriora com o tempo, enquanto o Bitcoin preserva valor.

Essa aposta ousada fez a empresa se tornar uma espécie de “ETF de Bitcoin não oficial”, com suas ações, a MSTR, refletindo fortemente o preço da criptomoeda e se valorizando até mais do que o BTC nos últimos meses.

Por que outras empresas estão no mesmo caminho

O sucesso da Strategy inspirou outras empresas a repensar suas reservas de capital.
Em um mundo de juros voláteis, dívidas recordes e inflação persistente, cada vez mais CFOs e CEOs estão considerando diversificar seus balanços com ativos alternativos — e o Bitcoin surge como o mais promissor.

Além disso, a entrada de ETFs à vista de BTC nos Estados Unidos, desde janeiro de 2024, deu mais segurança regulatória e liquidez para esse tipo de estratégia. Agora, investir em Bitcoin deixou de ser tabu e se tornou uma estratégia legítima de proteção corporativa.

O futuro das tesourarias em Bitcoin

À medida que a adoção global avança, é provável que vejamos mais empresas e até governos adotando Bitcoin em seus cofres. O mesmo caminho que começou com uma única decisão ousada — a da Strategy — pode se tornar a nova norma financeira das “Treasury Companies” de Bitcoin.

Tal lista só tende a crescer. E, talvez, daqui a alguns anos, o verdadeiro diferencial competitivo entre empresas não será o tamanho do caixa em dólar, mas quantos Bitcoins elas possuem armazenados.

Conclusão

O movimento das Bitcoin Treasury Companies representa uma virada de paradigma no meio empresarial. O dinheiro está mudando de forma, e as empresas mais visionárias já perceberam isso.

Enquanto muitos céticos ainda discutem se o Bitcoin é confiável ou não, essas companhias já estão construindo o futuro da reserva de valor digital — uma transição silenciosa, mas irreversível.

E como a história já mostrou várias vezes: quem entende a mudança antes da maioria, colhe os maiores frutos.

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