Em 6 outubro, o Bitcoin bateu alta histórica de 126 mil dólares por unidade. Em 21 de novembro, desabou para cerca de 82 mil dólares, uma queda superior a 35% do topo de um mês atrás. Isso deixou o mercado apavorado com o possível início do bear market (temporada de baixa) e fim do ciclo de alta.
Contudo, para quem entende os fundamentos do Bitcoin e possui visão de longo prazo, encarou o momento como oportunidade de compra. Na verdade, uma verdadeira promoção de Black Friday no preço ao longo de novembro. O investidor que entende de BTC prefere comprar no fundo de 80 mil ou no topo de 126 mil dólares? A resposta é intuitiva.
Então bora entender as razões por trás dessa alta volatilidade do Bitcoin no último trimestre do ano e o que esperar pela frente (veja aqui a cotação do BTC em tempo real).
Bitcoin cedendo à força vendedora
Depois da última alta histórica em 6 de outubro, os ETFs (fundos de investimentos em bolsa) de BTC passaram a ter mais de 3 bilhões de dólares em saídas devido às incertezas macroeconômicas. Ao mesmo tempo, Baleias antigas, que possuem mais de mil tokens, passaram a realizar lucros acumulados por longo tempo.
Só uma dessas baleias adormecidas desde 2011, por exemplo, vendeu cerca de 11 mil BTCs por 1,3 bilhão de dólares no total. Com a queda no preço, os detentores de BTC de curto prazo também passaram a vender suas moedas no prejuízo. Em poucas semanas, o mercado cripto como um todo caiu mais de 1 trilhão de dólares em valor.
Incertezas macroeconômicas e falta de liquidez
O shutdown dos Estados Unidos, que foi a paralisação do governo por mais de 40 dias, freou a liquidez no mercado, bem como a divulgação de dados relevantes de emprego e inflação que norteiam os rumos da política macroeconômica do Fed (Banco Central americano).
A falta de clareza dos indicadores e o não funcionamento dos órgãos públicos geraram incertezas e diminuição de interesse nos ativos de risco como o Bitcoin e o mercado cripto.
Tese de Bitcoin ‘Treasury Companies’ em xeque
A Strategy, maior detetora corporativa de Bitcoins, com mais de 600 mil unidades em sua tesouraria, cogitou recentemente vender seus ativos para pagar as obrigações de dividendos com seus acionistas. Esse movimento é contrário à estratégia até então praticada de só comprar a acumular Bitcoin agressivamente.
A empresa tem adquirido BTC em seu caixa mediante empréstimos a partir da venda de suas ações. Contudo, os papéis da companhia de Michael Saylor vêm desvalorizando com a queda do Bitcoin, o que diminuiu sua nota de crédito e despertou temor no mercado. A tese das “Treasury Companies” está sob dúvidas quanto à sua sustentabilidade.
Bolha nas empresas de IA
O mercado também tem especulado uma bolha nas ações e investimentos das empresas de Inteligência artificial, como a Nvídia. Esse temor tem refletido em outros ativos de risco, como o Bitcoin e demais criptomoedas.
Para se ter ideia, as big techs, grupo das 7 maiores empresas de tecnologia do mundo (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla), perderam mais de 1,7 trilhão de dólares em valor de mercado nas últimas semanas, de acordo com um levantamento da Elos Ayta, empresa de análises financeiras.
Conclusão
O Fear and Greed index (índice de Medo e Ganância) permanece nos patamares de 20 para baixo, o que significa medo ou medo extremo. Segundo analistas, o preço do BTC com mais de 30% abaixo do seu topo histórico representa um bom momento de compras parciais para quem pensa no longo prazo.
Por outro lado, um estímulo extra para a reversão da tendência de baixa no preço para o mês de dezembro tende a ser mais um corte na taxa de juros americanos pelo FED. Segundo o mercado, há mais de 80% de chances dessa redução ocorrer.
As condições macroeconômicas continuam afetando a volatilidade do mercado de criptoativos, mas os fundamentos de longo prazo do Bitcoin de escassez e deflação permanecem intactos. Paciência é a chave do sucesso ao longo do processo.
