O Bitcoin deixou de ser apenas um experimento de nicho entre entusiastas de tecnologia e passou a ganhar atenção massiva também de políticos, empresários, bilionários e gestores de ativos tradicionais.
Hoje falaremos de cinco personalidades do mundo financeiro e político que — por diferentes motivos — vêm defendendo o Bitcoin e ajudando a colocar a criptomoeda no centro do debate global.
Donald Trump: de cético presidencial a “pró-cripto”
A trajetória de Trump no universo cripto teve uma virada dramática. Em seu primeiro mandato (2017-2020), seu posicionamento era contrário e crítico. Após retomar a presidência dos EUA, ele assinou, em março de 2025, uma ordem executiva criando uma Reserva Estratégica de Bitcoin governamental — convertendo o Bitcoin apreendido pelo governo em um ativo de reserva nacional.
Em discursos recentes, Trump deixou claro que quer transformar os EUA na “capital cripto do mundo” e consolidar seu papel como a “superpotência do Bitcoin”, revertendo uma era de regulação mais rígida.
Esse apoio institucionalizou o Bitcoin, dando-lhe status simbólico e estratégico — um golpe potente para quem acha que cripto ainda é marginal. Trump também tem multiplicado sua fortuna com negócios pró-cripto por meio de empresas conduzidas por seus filhos, incluindo uma mineradora de Bitcoin.
Elon Musk: fundador da Tesla também é voz influente do Bitcoin
Embora conhecido por oscilar nas redes e causar polêmicas, o homem mais rico do mundo retornou a manifestar otimismo sobre o Bitcoin em 2025. Em outubro, o bilionário publicou:
“O Bitcoin é baseado em energia: você pode emitir moeda fiduciária falsa, e todos os governos da história já o fizeram, mas é impossível falsificar energia”.
Com isso, Musk reforça a narrativa de que o BTC teria valor intrínseco ligado à energia — e não poderia ser simplesmente “imprimido” como moeda fiduciária. A declaração reacendeu o entusiasmo no mercado, depois de meses de incertezas econômicas.
Quando nomes como o de Musk falam bem de Bitcoin, muitos investidores veem isso como um sinal de que o ativo, considerado “ouro digital”, pode mesmo entrar na economia real — não só como ativo especulativo, mas como reserva de valor.
As duas principais empresas de Musk, Tesla e Space X, possuem Bitcoin em suas tesourarias corporativas.
Robert Kiyosaki: autor de “Pai Rico, Pai Pobre” abraçou o BTC
Kiyosaki, conhecido por suas visões críticas ao “dinheiro fácil” e à dependência exclusiva de dinheiro fiduciário, tem sido um defensor firme do Bitcoin há vários anos. Em 2025, reforçou sua convicção publicamente: ele afirma deter “milhões em Bitcoin” e acredita que a criptomoeda pode ultrapassar US$ 200 mil em um futuro próximo.
Para ele, guardar dinheiro tradicional (fiat) é consentir com a pobreza: “Por favor, não seja uma pessoa pobre economizando dinheiro falso”, escreveu ao recomendar Bitcoin, ouro e prata como ativos reais.
Além disso, Kiyosaki elogiou o risco calculado de quem aposta no Bitcoin — contrapondo-o à cultura do medo e da inércia financeira.
Larry Fink: o CEO que mudou de mentalidade
O CEO da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, havia sido cético em relação ao universo cripto. Mas, em 2025, ele deu uma guinada importante na mentalidade: afirmou que o Bitcoin poderia chegar a US$ 500 mil a US$ 700 mil se investidores institucionais — como fundos soberanos — alocarem entre 2% e 5% de seus portfólios na criptomoeda.
A própria BlackRock já possui ETFs à vista (fundos de investimentos negociados na bolsa americana) de Bitcoin, que já movimentam bilhões de dólares desde 2024.
Segundo Fink, o BTC é um “instrumento internacional” para quem está preocupado com a desvalorização de moedas fiduciárias ou com a instabilidade econômica e política de seus países. Mesmo declarando que “não estava promovendo” o ativo ativamente, sua visão pública pesa muito: representa a transição de Bitcoin do território alternativo para o mainstream institucional.
Michael Saylor: maior detentor corporativo de BTC
Saylor, fundador da empresa MicroStrategy (agora renomeada Strategy), talvez seja o “pai” da adoção corporativa do Bitcoin. Ele transformou sua empresa em um dos maiores detentores corporativos de BTC e, em 2025, reafirmou que continuará comprando — mesmo com a volatilidade. “Estamos comprando Bitcoin… acelerando nossas compras”, disse ele em entrevista à CNBC.
Sua empresa já possui mais de 640 mil unidades de BTC armazenas. Além disso, Saylor tem uma visão quase profética sobre o futuro da criptomoeda: ele estima que o Bitcoin poderia alcançar até US$ 1 milhão nos próximos anos.
Em uma previsão mais ousada, ele afirma que o BTC poderia crescer cerca de 30% ao ano nos próximos 20 anos, atingindo algo em torno de US$ 20 milhões por moeda.
Para Saylor, o Bitcoin não é apenas um investimento: é uma nova classe de ativo que rivaliza com ouro, imóveis e outras reservas — uma “fortaleza digital” para proteger valor contra inflação, desvalorização ou colapso monetário.
🎯 Por que essas vozes importam?
- Político + Estado (Trump): quando um presidente adota o Bitcoin como política pública, ele legitima o ativo no palco global.
- Empresário de tecnologia (Musk): sempre influente, principalmente entre jovens e investidores de risco; seu discurso conta — e muito.
- Educador financeiro popular (Kiyosaki): fala com quem busca independência financeira e proteção contra o sistema tradicional.
- Gestor institucional (Fink): se até a maior gestora de ativos do mundo acha que BTC vale a pena, muitos outros vão olhar para ele.
- Evangelista corporativo (Saylor): leva o Bitcoin para o mundo real dos balanços, dívidas e tesourarias de empresas — mostrando que é mais que um “ativo de nicho”.
Juntas, essas vozes ajudam a mover o Bitcoin do espaço de “inovação experimental” para o de “opção estratégica de investimento” — para indivíduos, empresas e até governos.
Conclusão
Se há alguns anos o Bitcoin era sinônimo de risco, hoje ele também é associado à proteção de patrimônio, hedge contra inflação e até política monetária alternativa. A adoção por figuras tão distintas — de presidentes a gestores globais — indica que o BTC não é mais algo exclusivamente para entusiastas de tecnologia ou especuladores: ele começa a entrar no sistema de finanças, política e economia real.
Mesmo assim, é importante manter o senso crítico: volatilidade não desaparece só porque alguém famosa endossou. Mas ter essas vozes falando bem dá ao Bitcoin algo precioso, a legitimidade.
